sexta-feira, 5 de março de 2010
Sociedade Brasileira de Física manifesta posição contrária à cooperação técnico-científica nuclear com Irã
Entidade externa preocupação com os possíveis acordos bilaterais entre o Brasil e países não-signatários do tratado de não-proliferação nuclear.
Leia a nota divulgada nesta quarta-feira (3/3) e assinada pelo presidente da SBF, Celso Pinto de Melo:
"Diante de notícias veiculadas pela imprensa de que autoridades governamentais estariam iniciando consultas junto à comunidade científica brasileira sobre pontos de interesse comum que pudessem servir de base a um eventual acordo de cooperação Brasil-Irã na área nuclear, a Diretoria e o Conselho da Sociedade Brasileira de Física gostariam de se manifestar nos seguintes termos:
- consideramos apropriada a atitude do Governo Brasileiro de procurar adotar uma política externa madura, inclusiva e aberta ao diálogo sem preconceitos, sempre voltada para a identificação dos legítimos interesses nacionais, e na busca permanente da conciliação entre os países e da manutenção internacional da paz;
- julgamos que, nesse contexto, a celebração de acordos técnico-científicos bilaterais de cooperação é um dos instrumentos mais úteis para o progresso conjunto das nações e o avanço do conhecimento e da confiança mútua entre os povos;
- em termos da questão nuclear, relembramos o papel histórico da comunidade científica brasileira, e da Sociedade Brasileira de Física, em especial, em reafirmar o interesse nacional em assegurar o máximo de avanço científico e o mais completo domínio das técnicas nucleares, sempre pautados pelo compromisso unilateral de desarmamento e de transparência de ações, e pela objeção moral ao desenvolvimento de armas atômicas;
- por essas razões, externamos nossa preocupação com as notícias de que acordos bilaterais na área nuclear entre o Brasil e países não-signatários do tratado de não-proliferação nuclear possam estar em fase de análise pelo governo brasileiro, e manifestamos nossa convicção de que os interesses brasileiros estariam mais bem representados se, no momento, nenhuma cooperação técnico-científica na área nuclear viesse a ser celebrada com a República Islâmica do Irã."
Fonte: Jornal da Ciência
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Reunião na ONU medirá o apoio que Teerã tem para resistir às pressões
Jamil Chade
De um lado, Teerã medirá o apoio de que dispõe para resistir às pressões do Ocidente. De outro, será um teste da capacidade da Casa Branca em reunir aliados para pressionar o governo de Ahmadinejad. O Brasil promete apontar violações dos direitos humanos no Irã e fazer sugestões sobre como melhorar a situação. Mas não mencionará as eleições presidenciais de 2009 - que, segundo a oposição, foram fraudadas. O Brasil também não deve apoiar a criação de uma comissão na ONU para investigar abusos de direitos humanos no Irã.
A reunião tratará, pela primeira vez desde 1979, da situação dos direitos humanos no Irã. Mas esse é, na realidade, apenas um ensaio para um possível debate no Conselho de Segurança da ONU sobre a adoção de sanções contra o Irã. A Casa Branca não esconde que quer usar a reunião para elevar a pressão sobre Ahmadinejad. A ideia é mostrar que não apenas Teerã quer ter uma bomba, mas que seu governo comete sérias violações dos direitos de seu povo. Ontem, cinco membros da minoria bahai foram presos. Outros sete estão detidos desde 2008, acusados de ameaçar a segurança nacional.
A Casa Branca promoveu um lobby nos últimos dias pedindo que países "sejam honestos" em relação ao Irã e não deixem de mencionar as violações praticadas pelo regime. "Queremos que o Brasil admita o que está ocorrendo no Irã", disse ao Estado o subsecretário de Estado americano, John Limbert.
O Brasil rejeita politizar o encontro, mas promete criticar a situação das mulheres e das crianças, além de defender a liberdade de expressão, a liberdade religiosa e a de associação. O Itamaraty quer demonstrar ao Irã que seu gesto de aproximação não é incondicional. Por isso, teria tomado a decisão de não apoiar a proposta de nomear um relator especial para investigar a situação dos direitos humanos no Irã.
A reunião será também uma guerra de imagens. Pelas regras, a sociedade civil terá direito de falar. Para garantir apoio, o governo do Irã levou a Genebra 30 ONGs para que deem seu testemunho em favor de Ahmadinejad. A reunião transformou-se numa das mais concorridas dos últimos anos. Vários países deixaram seus funcionários na fila por 12 horas para obter o direito de falar na tribuna.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Five Baha'i followers arrested in Iran -media
14 Feb 2010 09:21:58 GMT
Source: Reuters
TEHRAN, Feb 14 (Reuters) - Five members of the outlawed Baha'i faith, which has been a target in a security crackdown sparked by post-election violence in Iran, have been arrested on unspecified charges, an Iranian newspaper said on Sunday.
"Iran's security forces have arrested five members of the outlawed Baha'i faith in Tehran," the pro-government Javan newspaper said, without giving a source.
It identified the fives detainees as Niki Khanjani, Ashkan Basari, Maria Jafari, Houman Sisani and Romina Zabihian.
"Some of the Baha'i leaders have escaped to Dubai and Turkey while others went to border cities to find human smugglers to get them out of Iran illegally," Javan said.
Supporters of candidates who lost to hardline president Mahmoud Ahmadinejad in the presidential election last June have clashes with police in a series of protests that have plunged the Islamic republic into its most serious crisis since the 1979 revolution.
Government supporters turned out en masse on Feb. 11 for rallies marking the 31st anniversary of the revolution. Opposition websites reported efforts by security forces to stop reformists using the occasion to stage more protests.
Seven Baha'is went on trial last month on charges of spying and collaborating with Israel. One Baha'i is among 16 being tried on connection with opposition protests that turned violent on Dec. 27.
Exiled Baha'i leaders say hundreds of followers have been jailed and executed since 1979. The government denies it has detained or executed people for their religion.
The Baha'i faith was founded by Shi'ite Muslim clergymen in Iran in the 19th century and more than 300,000 live in the Islamic state. Iran's Shi'ite religious establishment considers the faith a heretical offshoot of Islam.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Próximo julgamento das sete lideranças bahá'ís será em fevereiro
As autoridades iranianas já notificaram os advogados dos sete líderes bahá'ís, presos em 2008 sob acusações infundadas, que a próxima sessão do julgamento será realizada no dia sete de fevereiro. Na primeira audiência no tribunal em Teerã, realizada no dia 12 de janeiro de portas fechadas, as acusações lidas foram negadas categoricamente pelos sete.
"Embora saibamos pouco sobre o que realmente aconteceu no tribunal, agora podemos dizer com certeza que estes sete bahá'ís inocentes enfrentaram e rejeitaram firmemente todas as acusações contra eles", disse Diane Ala'i, da Comunidade Internacional Bahá'í.
"Podemos dizer também que, com base no clamor internacional que acompanhou a primeira sessão do julgamento, o mundo está acompanhando este processo de perto e que o governo iraniano será responsabilizado por quaisquer injustiças", disse ela.
No dia 11 de janeiro o Departamento de Estado Americano emitiu uma declaração condenando o governoiraniano pelas acusações feitas aos sete bahá'ís presos há mais de vinte meses. Também condenaram o fato de que as evidências contra os bahá'ís não foram divulgadas publicamente, e criticaram o acesso limitado da assessoria jurídica aos prisioneiros.
No dia 12 de janeiro, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), enviou um Requerimento de Informação ao Embaixador do Irã, Mohsen Shaterzadeh, sobre o procedimento do julgamento. O Deputado Federal Chico Alencar pediu o empenho do Presidente Lula, do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, bem como da Embaixada do Irã no Brasil, já que “para o próprio governo do Irã, um julgamento transparente e o fim de qualquer perseguição religiosa ou cultural significarão um avanço nas suas relações com a comunidade internacional, incluindo o Brasil”.
No mesmo dia, a União Européia também emitiu uma declaração manifestando sua preocupação e relembrando que “a liberdade de pensamento, consciência e religião é um direito fundamental e inegável que deve ser garantido sob qualquer circunstância, em conformidade com o artigo 18 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, o qual a República Islâmica do Irã assinou e ratificou”.
As acusações contra os sete, de acordo com os meios de comunicação estatais iranianos, foram: espionagem, "propaganda contra a ordem islâmica", o estabelecimento de uma "administração ilegal", cooperação com Israel, envio de documentos secretos para fora do país, atuação contra a segurança do país, e "corrupção na terra".
Os sete estão detidos na prisão de Evin, em Teerã, e passaram o primeiro ano de prisão sem qualquer acusação formal ou acesso a advogados. São eles a Sra. Fariba Kamalabadi, o Sr. Jamaloddin Khanjani, Sr. Afif Naeimi, Sr. Saeid Rezaie, Sra. Mahvash Sabet, o Sr. Behrouz Tavakkoli, e o Sr. Vahid Tizfa.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Julgamento dos 7 líderes Bahá'ís presos no Irã
CNN
http://edition.cnn.com/2010/WORLD/meast/01/12/Iran.bahai.trial/
BBC
http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/8455052.stmThe Globe and Mailhttp://www.theglobeandmail.com/news/opinions/the-canaries-in-irans-cages/article1427611/Valor Econômicohttp://www.power.inf.br/pt/?p=13266Os acusados eram defendidos pela Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi, mas como ela está exilada na Inglaterra, eles são agora representados por uma advogada que não teve acesso aos autos do processo.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Julgamento dos sete líderes bahá’ís em andamento em Teerã
GENEBRA – O julgamento dos sete líderes bahá’ís aprisionados começou hoje no Irã. Os relatos iniciais indicam que o julgamento está sendo marcado por numerosas violações de procedimentos legais.
“Entendemos que nenhum observador foi admitido no tribunal”, disse Diane Ala’i, a representante da Comunidade Internacional Bahá’í junto as Nações Unidas em Genebra. “Isso é completamente ultrajante, uma vez que estes sete foram mantidos presos simplesmente por causa de suas crenças religiosas, em total contradição com qualquer padrão de direitos humanos.
“Entendemos que até mesmo os advogados tiveram que argumentar para terem acesso ao tribunal – advogados que praticamente não tiveram qualquer acesso aos acusados por quase dois anos.
“Ao mesmo tempo, os interrogadores dos prisioneiros, do Ministério da Inteligência, e uma equipe de filmagem, foram vistos entrando, levantando suspeitas acerca da natureza do julgamento”, disse ela.
A Sra. Ala’i observou também que um site iraniano associado à uma emissora de televisão controlada pelo governo postou uma história ontem à noite, anunciando que o julgamento já havia começado, e listando a mesmas série de acusações infundadas anteriormente feitas contra os sete.
“De qualquer modo, todos estes relatos apontam para um julgamento altamente irregular, muito semelhante aos julgamentos simulados que foram realizados nos últimos meses no Irã”, disse ela.
Os sete são: a Sra. Fariba Kamalabadi, o Sr. Jamaloddin Khanjani, o Sr. Afif Naeimi, o Sr. Saeid Rezaie, a Sra. Mahvash Sabet, o Sr. Behrouz Tavakkoli, e o Sr. Vahid Tizfahm.
Todos, com a exceção de um do grupo, foram detidos em 14 de maio de 2008 em suas casas em Teerã. A Sra. Sabet foi detida em 5 de março de 2008 enquanto se encontrava em Mashhad. Desde então eles foram mantidos na prisão de Evin em Teerã, passando seu primeiro ano sem receberem uma acusação formal ou qualquer acesso a advogados.
“Independente do que aconteça, está claro que o julgamento dessas sete pessoas inocentes representa o julgamento de toda uma comunidade religiosa, e é uma tentativa de intimidar ainda mais e condenar ao ostracismo todos os bahá’ís do Irã simplesmente terem eles um ponto de vista religioso diferente daqueles que estão no poder.”
mais em http://edition.cnn.com/2010/WORLD/meast/01/12/Iran.bahai.trial/
domingo, 10 de janeiro de 2010
report
January 11, 2010
Iranian Journalists Tell Rooz:
We are Threatened Everyday
Fereshteh Ghazi
More than seven months into the disputed June 12 presidential elections in Iran, the trend of arresting and intimidating the country’s journalists continues unabated. Tens of journalists, members of editorial boards, and the head of Iran’s Association for the Defense of Press Freedom are in detention; the offices of the country Association of Journalists is sealed off on orders of former hardline prosecutor Mortezavi; and many journalists are out of job. But even these reporters continue to face daily intimidation and are summoned by the ministry of intelligence and Tehran’s police, are interrogated and are threatened.During these turbulent seven months, many journalists have chosen forced exile and await a review of their applications by the UN’s high Commissioner for Refugees in neighboring countries. Amongst those who have remained in Iran, many have opted to switch jobs and work as secretaries or drivers: but the threats and intimidation still continue. Journalists who continue to work despite the serial warnings by ministry of Islamic guidance, repeated circulars of the supreme national security council, and the summons, threats etc that bombard them from security officials is the subject of this Rooz interview.It is clear that the true names of those interviewed are not going to be mentioned for fear of reprisals against them. One journalist, who has still now been summoned to the ministry of intelligence several times but still continues his journalistic work, has a 10 year media history. He says, “We have never worked in a free newspaper or media, but the price we paid until the June 12 elections was that the media would be arrested and we would be unemployed, denied insurance, social security, etc. Seldom were we treated harshly or heavy prison sentences given. But since that day, we feel we do not even have security for our lives. It is now months since I have had a peaceful night and every night I fear they will come after me. As soon as I hear the sound of a car, I fear my turn has arrived.”“Sometimes I tell myself I wish they would arrest me so that I would not continue to live in fear, but then I am overrun by the thought that even a single news piece that I may publish may be effective, and so I reject the arrest idea,” he said. This reporter tells us about the gypsy life of some of his colleagues and says, “some of my colleagues move from one house to the next every night. They feel no safety in going back to their own house and cannot remain in one place. This despite that they have not committed any crime but only for doing what their profession expects them to do.”\Not Written Even a Single Line
So what is the condition of journalists whose publications were banned after the electoral coup? Since June 12, some 20 newspaper and publications have been banned and hundreds of journalists and writers have lost their job. One of these who has been out of a job for six months now, told Rooz, “I have been unemployed for six months. This happened after plainclothes agents came to our newspaper and shut it. I have not written a single paragraph since then. But despite this, everyone says I should be careful because they would arrest me as well because I am a journalist. They do not care whether you are working now or not. They have a problem with all journalists and want to intimidate all of them wishing they could shut all news channels and outlets. This is why I am always aware that I may be arrested any time.”He continues, “We have no institution that will support us. Our only independent institution is the Association of Iranian Journalists which has been shut. These days, we only watch what is going on and do not have a publication to publish the events. We have become depressed because there is nothing we can do. ON the other hand, the heavy sentences that have been passed on to Bahman Ahmadi Amui, Saeed Leylaz, Ahmadi Zeidabadi and Masoud Bastani, among many other journalists, have already fear and hopelessness in us.”Another reporter talks about the lack of support from the media and says that when a journalist or a photographer is arrested, the publication that he worked for completely puts him aside as he is not welcome in any other publication or media either.According to this person, “The essence of reporting has become extremely difficult in the current conditions of Iran yet journalists continue to work and sometimes mention their colleagues who have left Iran and say another person just left. He was forced to leave. Our fate would be the same. Either escape and stay adrift or go to prison.”