O que me preocupa não é o grito dos maus.
É o silêncio dos bons.
Martin Luther King

domingo, 8 de novembro de 2009

Os Nomes do Ódio - trecho

















Trecho do prefácio do livro de Roberto Romano, Os Nomes do Ódio, a ser lançado pela Editora Perspetiva ainda este ano, se possível antes da visita do presidente do Iran.

Roberto Romano

"Quando o governo brasileiro esperava a visita de Mahmoud Ahmadinejad, líder político notório pelo fanatismo e acirrada posição antissemita, jovens corajosos convocaram uma grande manifestação contra a sua vinda ao nosso país. Ao chegar à Praça dos Arcos, no início da Avenida Paulista, vi ali reunidas pessoas das mais variadas idades, profissões e crenças religiosas. No momento em que adentramos o local, falava um pastor protestante cuja voz potente dirigia apelos ao povo brasileiro para que não se deixasse iludir pelas propagandas dos governos. Os hinos, elevados por aquelas pessoas favoráveis à vida, desmentiam os nossos dirigentes que dizem seguir o pragmatismo e os negócios, deixando de lado princípios e valores.


Voltei para casa e, ao meditar sobre o evento, decidi que era tempo de apresentar ao público alguns pensamentos sobre o antissemitismo, sentimento e doutrina que percorrem a medula de nossa coletividade católica e autoritária. O anúncio do cancelamento, pelo governo iraniano, da referida visita, não me trouxe alívio ou alegria. O Brasil, apesar de tudo, ainda mantém projetos de ações comuns com o Irã antissemita. Nada mudou substancialmente nas relações entre os dois Estados. O fato de que a viagem do líder iraniano foi adiada representaapenas um pequeno lapso nas relações estratégicas entre governos. O nexo entre Irã, Venezuela, Brasil, supõe outras parcerias geopolíticas, interesses ocultos sob uma estratégia escura e ameaçadora, cujo nome é Razão de Estado. Os dois protagonistas não renunciaram à colaboração, tingida por ideologias autoritárias e diplomacia bélica. Em tais elos, as ameaças mais diretas se dirigem ao povo de Israel.


Dirigentes do Irã reafirmam, sem cessar, seu alvo de exterminar os israelenses, aniquilando Israel. No mesmo passo segue, célere, a busca do artefato nuclear que permitirá, imaginam eles, a façanha de arrancar o povo judeu do planeta. A Venezuela de hoje não esconde seu apoio entusiástico ao plano genocida, uma nova fórmula da “solução final”. O Brasil, envergonhadamente, entra nesta nada santa aliança com enorme dissimulação, muito perceptível nos atos de suas autoridades federais. Mas semelhantes procedimentos já foram apresentados por ideólogos cuja leitura intoxica os militantes que apoiam as ações diplomáticas do governo. Os frutos dessas doutrinas começam a surgir na América do Sul. O atentado contra a Sinagoga de Caracas é apenas um sinal do que virá em dias próximos."

Um comentário:

  1. Receber Ahmadinejad é escarnecer dos 6 milhões de mortos do Holocausto!

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