A visita ao Brasil, a primeira em 43 anos, tem como objetivo reforçar a cooperação entre os países da região, duas nações de grande importância para a América Latina, afirmou à AFP o porta-voz. Ahmadinejad, que costuma defender que "Israel deve ser varrido do mapa", chega ao Brasil no dia 23 de novembro.
"O presidente Peres vai conversar sobre a infiltração iraniana na América do Sul e explicará aos seus anfitriões que Israel não tem nada contra o povo iraniano, sim contra Ahmadinejad, um dirigente fanático que se interessa mais no enriquecimento de urânio do que no bem-estar de seu povo", afirmou. A embaixada israelense e o governo brasileiro já confirmaram que Peres, que chega nesta terça ao Brasil, viajará no domingo para a Argentina.
Peres se reunirá na quarta-feira com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que receberá o líder iraniano no dia 23 e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas dias depois, em uma data que ainda foi confirmada oficialmente. Fontes diplomáticas afirmaram que, nos três encontros, Lula tentará apresentar o Brasil como um "mediador confiável" para o conflito no Oriente Médio, tal como faz nos últimos tempos no cenário internacional.
Os movimentos diplomáticos do Brasil fazem partes de uma campanha do governo Lula em favor de uma profunda reforma e um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual o país acaba de entrar como membro não-permanente por um prazo de dois anos, asseguraram as fontes.
Em declarações à imprensa brasileira em Jerusalém, Peres admitiu que pretende conversar com Lula sobre "a ameaça" que, segundo ele, representam os programas nucleares iranianos, mas disse que o fará somente em privado. "Não é correto visitar um país para debater publicamente sobre outro", disse, mas não deixou de se referir a Ahmadinejad, sobre quem "todos sabem que é um homem que quer a destruição do Estado de Israel, que nega o Holocausto e fornece armas ao terror", afirmou.
Lula, que foi objeto de fortes críticas de setores conservadores e da comunidade judaica por sua decisão de receber o líder iraniano, afirma que para solucionar conflitos é necessário "dialogar com todos" e que "não se pode encurralar ninguém".
A agenda oficial de Peres no Brasil termina na sexta-feira, quando ele se reunirá no Rio de Janeiro com autoridades da cidade e com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O presidente israelense permanecerá no Rio de Janeiro no sábado, mas sem nenhuma atividade oficial em virtude da jornada sabática judia, e no domingo viajará para Buenos Aires.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
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